Hoje temos uma poesia que escrevi ao ler o livro “On the
Road”, de Jack Kerouack (aliás escrevi muitas coisas depois deste livro). O
poema é inspirado nas loucuras e doçuras do personagem Dean, um típico
anti-herói.
“Seus olhos desprendiam raios furiosos
quando falava sobre coisas que
odiava;
uma grande e cintilante satisfação os
substituía
quando ele ficava repentinamente
feliz;
cada músculo se contraía para viver e
partir.”
(Jack Kerouac –
On the Road)
Dean
era absolutamente tudo o que podia ser,
Nem
um grama a mais nem a menos
Ele
tinha apenas uma mochila cheia de sonhos
Um
cigarro e um sorriso sacana nos lábios
Ele
tinha marcas da vida na alma
E
traços da juventude no corpo
Ele
fazia o que queria
Seu
desdém era sua melhor arma,
Ele
era afiado e não levava desaforo pra casa
Contava
os amigos com os dedos da mão
Quanto
aos inimigos,
Multidões
podem seguir alguém de muitas formas.
Seu
lugar era onde o instinto o levasse
E
alguém sempre tentava prendê-lo
Mas
não havia prisão capaz de conter sua alma em expansão
Tinha
toda a inspiração nos olhos serenos
E
toda a fúria nos punhos fechados
E
todos os pensamentos no silêncio crepuscular
Ele
amava, e como amava
Quando
detestava, como detestava
Ele
vivia, e como vivia
Estava
cansado de viver na medida dos outros
Dean
era deliciosamente irritante
Dean
acelerava rumo ao Sol do Oeste
Dean
era deliciosamente doce-amargo.
Diogo
Souza,
06 de outubro de 2015